Imprimir dramaticamente às próprias palavras e/ou atitudes, para suscitar comoção ou interesse.
É a expressão da realidade. Instrumento de divergência, advertência, ensinamento, documentação e instrução. As formas pelas quais ele desempenha essa missão são diferentes e variadas.
No Teatro, uma história e seu contexto se fazem reais e verídicos pela montagem de um cenário e a representação de atores em um palco, para um público de espectadores.
O Dramaturgo, através de um roteiro escrito, rege as funções das artes unidas para a representação, assim como um maestro rege os instrumentistas da sua orquestra para uma execução. No palco, os personagens vão “viver” a história, vestidos de acordo com a narrativa, em um cenário – parte concreto, parte imaginário, sugerido por meio de sons especiais e música – representativo do ambiente em que a história acontece, com uma iluminação disposta para obter efeitos complementares importantes de luz e sombra.
O Texto da peça é desenvolvido em torno de sua ideia central ou tema, e da história que veicula essa ideia, e seus desdobramentos. A fala dos atores e as indicações quanto à expressão dos sentimentos e atitudes de cada personagem, e ao cenário.
A etimologia da palavra teatro é:
TEO: Deus → ATRO: terreno; área.
Sendo assim:
TEATRO: Terreno de Deus
A origem do teatro ocidental está na Grécia. Tudo começou com o culto a Dionísio ou Baco, deus grego dos ciclos vitais, da alegria e do vinho.
Culturas mais primitivas se reuniam em volta de fogueiras, para assistir a imitações dos acontecimentos de caçadas, guerras e ações de trabalho ou ainda rituais mágicos sagrados para agradar os deuses e imitação de ancestrais e deuses. Esses, nasceram da necessidade do homem de crer em uma força superior a que pudessem recorrer quando preciso.
As celebrações davam-se em círculos por esta ser a única forma geométrica encontrada na natureza.
O teatro possui um grande marco, um divisor de águas: Aristóteles. Ele que a cerca de 26 séculos fez a primeira poética – (análise dos elementos de composição) – da tragédia.
Na fase inicial, as tragédias faziam parte das festas em homenagem ao deus Dionísio, na festa de Ditirambos, na qual eram comemorados o retorno da primavera e a nova fertilidade dos campos.
Nessa festa as pessoas saíam em cortejo pelas ruas carregando grandes falos. E dela nasceram dois gêneros teatrais: a tragédia e a comédia.
A própria palavra tragédia mostra essa ligação entre o teatro e os ritos populares religiosos. Tragédia deriva de tragós, que em grego significa bode, animal muito usado nos sacrifícios dos festivais dionisíacos por sua relação com o Deus.
Sendo assim:
TRAGÉDIA: Canto do bode.
No século VII a.C., a tragédia sofisticou-se e despontou como gênero relativamente autônomo, cada vez mais distante das festividades religiosas.
Para entender a relação de Dionísio com os bodes, é preciso que se conheça o mito do Deus:
"Zeus, fora casado com sua irmã Hera, deusa do matrimônio. Hera sempre foi fidelíssima ao marido. Ele, por sua vez, a traía com semideusas e mortais. Uma dessas mortais: Sêmele, que engravidou de Zeus.
Ao tomar conhecimento da traição e da gravidez, Hera aproximou-se da ingênua mortal convencendo-lhe a pedir uma prova de amor a Zeus: que ele aparecesse para Sêmele com toda a sua grandeza. Zeus, atendendo ao pedido da amante fez com que ela fosse queimada, pois um mortal não pode ver um Deus.
Então, Zeus pegou o feto e o costurou e gerou na própria coxa (daí vem o termo fazer algo "nas coxas"). Nasceu assim Dionísio, chamado Baco pelos romanos.
Para que seu filho ficasse protegido da vingativa Hera, Zeus entregou o filho para ser criado pelas ninfas da floresta. Estas, por sua vez, transformavam Dionísio num bode cada vez que Hera tentava se aproximar".
Os três grandes trágicos gregos com suas características particulares foram: Ésquilo (grandiloquente), Sófocles (mais sóbrio) e Eurípides (mais humano). Os três viveram no período Ático, isto é, 500 e 32 a.C.
Segundo a poética realizada por Aristóteles, as tragédias se dividem em 3 partes:
- Unidade de tempo;
- Unidade de espaço;
- Unidade de ação.
E ainda possuem as seguintes características:
* conflito: oposição e/ou luta entre diferentes forças.
* peripécia: reviravolta.
* revelação.
* catástrofe: conclusão, acontecimento principal decisivo e culminante.
* catarse: purgação, purificação, que acontece geralmente no final.
Fonte:
file:///C:/Users/User/OneDrive/Imagens/Apostila-completa-de-teatro-pdf-free.pdf
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