Leitura Dramática

Habilidades: (GO-EF07AR26-A) Exercitar a leitura dramática e buscar perceber as diferentes possibilidades interpretativas do texto e diferentes composições vocais na leitura das falas: entonação, ritmo, timbre, volume e intensidade.

Leitura dramática é uma leitura em voz alta de texto teatral para um público. É realizada com base em um gênero específico, o texto dramático ou teatral. Como é uma leitura pública, ela exige um estudo aprofundado do texto para que se entenda toda a narrativa construída com os diálogos. Realizá-la exige interpretação por meio da entonação da voz, ritmo, timbre, volume, expressão facial.

Leia a seguir o trecho que inicia o texto teatral “Pluft, O Fantasminha”, de Maria Clara Machado

PLUFT - Mamãe! 
MÃE - O que é, Pluft? 
PLUFT - (Sempre com a boneca de pano) Mamãe, gente existe? 
MÃE - Claro, Pluft. Claro que gente existe. 
PLUFT - Mamãe, tenho tanto medo de gente! (Larga a boneca) 
MÃE - Bobagem, Pluft. 
PLUFT - Ontem passou lá embaixo, perto do mar, e eu vi. 
MÃE - Viu o que, Pluft? 
PLUFT - Vi gente, mamãe. Só pode ser. Três. 
MÃE - E você teve medo? 
PLUFT - Muito, mamãe. 
MÃE - Você é bobo, Pluft. Gente é que tem medo de fantasma e não fantasma que tem medo de gente. PLUFT - Mas eu tenho. 
MÃE - Se seu pai fosse vivo, Pluft, você apanharia uma surra com esse medo bobo. Qualquer dia destes eu vou te levar ao mundo para vê-los de perto. 
PLUFT - Ao mundo, mamãe?! 
MÃE - É, ao mundo. Lá embaixo, na cidade... 
PLUFT - (Muito agitado vai até a janela. Pausa) Não, não, não. Eu não acredito em gente, pronto... 
MÃE - Vai sim, e acabará com estas bobagens. São histórias demais que o tio Gerúndio conta para você. (Pluft corre até um canto e apanha um chapéu de almirante)
PLUFT - Olha, mamãe, olha o que eu descobri! O que é isto?! 
MÃE - Isto tio Gerúndio trouxe do mar. (Pluft fora de cena continua a descobrir coisas, que vai jogando em cena: panos, roupas, chapéus etc.) 
PLUFT - Por que tio Gerúndio não trabalha mais no mar, hem, mamã? 
MÃE - Porque o mar perdeu a graça para ele... 
PLUFT - Vamos brincar, tá bem? Finge que eu sou gente. (Veste-se de fraque e de cartola) 
MÃE - (Sem vê-lo) Chega de fazer desordem, meu filho. Você acaba acordando tio Gerúndio. (Ela olha para o baú) 
PLUFT - (Pé ante pé, chega por detrás da cadeira da mãe e grita) Uuuuh! (A mãe leva um grande susto e deixa cair as agulhas e o tricô) Eu sabia! Eu sabia que você também tinha medo de gente. Peguei! Peguei! Peguei mamãe com medo de gente... Peguei mãe com medo de gente!... 
MÃE - (Procurando de gatinhas os óculos e o tricô) Pluft, você quer apanhar? Como é que eu posso acabar o meu tricô para os fantasminhas pobres, se você não me deixa trabalhar? (A mãe volta à cadeira bufando e Pluft volta à janela pensativo).

Fonte:
https://jucienebertoldo.files.wordpress.com/2021/06/4_teatro_7_ano_14_de_abril.pdf
http://profhelena4e5ano.blogspot.com/2010/11/teatro.html

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