Exercícios de Voz e Respiração

Habilidade:
Melhorar a habilidade de comunicação em público com exercícios de respiração para aprimorar a voz e a dicção das palavras.

Exercícios de VOZ
DICÇÃO
É o estudo das normas que regem a linguagem falada. É a arte de dizer: VOZ EMPOSTADA, ARTICULAÇÃO perfeita, PRONÚNCIA correta e EXPRESSÃO. 
Ter boa dicção é falar com clareza e naturalmente, sem esforço vocal; é saber transmitir o pensamento oralmente, exteriorizando as ideias contidas nas palavras e nas frases, de forma que o ouvinte sinta uma emoção que corresponde exatamente à intensidade dos seus sentimentos. 
FALAR bem não é declamar. A declamação foi usada pelos Gregos e Romanos que tinham necessidade de CLAMAR para serem ouvidos nos imensos anfiteatros. 
A inspiração deve ser rápida, silenciosa e invisível, e a expiração muito lenta. 
O tempo de duração de pausa e da expiração deve ser aumentado gradativamente. 
A retenção do ar não deve ir além de cinco segundos, para não forçar a pressão das cordas vocais, mas a expiração deve ser tão prolongada quanto possível. 

RESPIRAÇÃO
Eis a base de toda a arte de dizer, saber respirar. É a respiração que orienta a articulação, a pontuação, a gesticulação e o próprio gesto. 
Não seria inflexionar ou apenas entoar sem que a respiração utilizada com certa técnica intervenha a desempenhar o seu papel fundamental. São dois movimentos básicos da respiração, a qual se divide também em dois tipos: respiração abdominal e respiração costal (oral).

RESPIRAÇÃO ABDOMINAL é a primeira manifestação orgânica, a mais natural ou espontânea, embora, quando já adultos, seja a menos utilizada por nós. Só as crianças e muito mais tarde os velhos a usam sempre. Na idade mediana utiliza-se a respiração costal (oral). 
A respiração-abdominal é a mais indicada para o ator, sobretudo porque facilita os seus movimentos, tornando-os mais elásticos e sem cansaço, armazena grande quantidade de ar que, como é lógico, permite que o gesto mais facilmente se forme no momento da inspiração. 
RESPIRAÇÃO COSTAL-ORAL realiza-se na caixa torácica e sendo muito fatigante, frequentemente provoca uma gesticulação forçada, elevando os ombros no ato da inspiração, o que é o feio e condenável em teatro. 

EXERCÍCIOS PRÁTICOS
1. Para adquirir a sensação da respiração com o diafragma, deita-se no chão, descontraindo o corpo, e observe com rigor colocando, por exemplo, um livro junto ao estômago. O movimento daquele músculo no ato de inspirar e expirar prova que a respiração está correta. 
2. Inspire pelo nariz, retenha o ar durante três segundos e expire pela boca sempre sem esforço distendendo simplesmente o corpo. 
3. Inspire profundamente. Conte UM com voz clara e expire logo o resto do ar, deixando o corpo descontraído. (procure não usar mais ar do que o estritamente necessário). Para dizer com clareza o número, mantendo a descontração do corpo, sobretudo o peito, o pescoço e a garganta. 
Repita este exercício contando de UM a DEZ a VINTE etc. Deste modo adquirirá o indispensável domínio sobre o volume de ar utilizado sem fugas, dominando igualmente o uso do diafragma. 
4. Inspira profundamente e pronuncie em seguida e consoante “N” enquanto expele suavemente o ar. A intensidade do som deve ser uniforme. Repita o mesmo exercício com a vogal “O”. 

PERGUNTA: Quantos segundos poderá manter este som sem oscilações e sem esforço? 
RESPOSTA: Diga sem parar e lentamente estes versos: 
Seis coisas sempre vê 
Quando falares, te mando 
De quem falas, onde e que 
E a quem, como e quando 
E se queres saber porque 
Procura dizer falando. 
OBS. É necessário não perder o ar com a insistente repetição do “S” que é consoante, além do “P” e do “CH”, que mais ar obriga a consumir. 

Vogal “A”
(manter a boca bem aberta)
1. Inspire pelo nariz e expire emitindo: A-a-a-a-a-a-a-a-a-a-a-a-a-a-a-a-a-a
2. Passar a vogal oral para a vogal nasal: A-an-a-an-a-an-a-an-a-an-a-an-a-an
3. Emitir “A” antes do “S”: AS- MAS- DAS- LAS
4. Emitir “A” antes do “R”: AR- DAR- BAR- LAR
5. Emitir “A” antes do “L”: AL- CAL- MAL- SAL
6. Emitir um som nasal: LÃ- PAN- FAN- RÃ

Consoante “B”
Na boca de um beco
Na bica do belo
Um bravo cadelo
Berrava bau-bau.

Um bêbado em botas
De bolsa e rabicho
Embirra com o bicho
Bateu-lhe com um pau.

Consoante “D”
Um doido destes de pedra
Por nome Andrônico André
Casado com Dona Aldonça
Que em vez de dois, tinha um pé.

Dia Dia de corpo de Deus
Disse à esposa: Aldonça, andai,
Adornai-me com as gualdrapas
Que eu herdei de Adão, meu pai. 

Venha Venha o pudim de bebum 
Que a dona Dulce nos deu
E o presunto quadrilongo
Do quadrúpede sandeu. 

E assim ceiado e asseado
O tal Andrônico André
Saracoteando os quadris
Foi com os padres para a Sé.

Consoante“F”
Florência, Francisca, Eufrásia,
Todas de fraldas de folhas
Foram fazer uma festa
De filhos, bifes e repolhos.

Na oficina “quem com ferro fere com ferro se fode”
Forjam frente a frente com fragor o ferreiro
Felisberto Furtado e seu filho Frederico Felizardo.

Na fornalha flamejante fulge a fogo com furor, o fole
Frenético faz fumaça e fagulhas fulgurantes que ofuscam.

Afinal ofegante e farto de fazer força
O Felisberto Furtado força o filho fanfarrão a forjar
Com firmeza e sem fadiga ferraduras ferrolhos e ferraduras. 

Consoante “J”
Nas jaulas o jaguar girando, javalis selvagens,
Jararacas e jiboia gigante.

Girafas gingando com jeito de gente.
Jacarés e jabotis jejuando.

Consoante “P”
Pedro Paulo pacífico da Paixão e pachorrento
Preto da propriedade do meu pranteado pai, depois de
Provar uma pinga, tomou um pileque e promoveu
Uma pagodeira com a população do porto. 

Foi um pandemônio, um pânico de pasmar, um salva-se quem puder.
O Pedro Paulo Pacífico da Paixão foi preso na praia
Pela polícia, por proferir palavras impróprias para pessoas de pejo.

VACAIS:
- Marinheiro }
“Deixa a praia e o mar revolto,
a navegar torna o marinheiro.
Sabe, pois que traiçoeiro.
Outras vezes lhe enganou,
Outras vezes lhe enganou”.

-Neve }
“Como a brancura,
da pura neve,
é de um lindo coração
a fidelidade.
Uma pequena mancha,
Que nela apareça,
Toda a beleza,
Em um voo se vai,
Em um voo se vai”.

Fonte:
file:///C:/Users/User/OneDrive/Imagens/Apostila-completa-de-teatro-pdf-free.pdf

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