A Origem do Teatro

“TEATRO” – Prédio em que, num palco, preparado para tanto, se recitam perante o público textos dialogados. 

No entanto, a literatura dramática não é um gênero, é principalmente fenômeno social e, como tal, sujeito às leis e dialética históricas. Por isso, não existe teatro em sentido absoluto, com normas permanentes, mas vários teatros, muito diferentes, de diversas épocas e nações. O Teatro nasceu do instinto de imitação, é uma arte tão antiga como a humanidade e teve seu maior impulso a partir da exaltação aos deuses. No princípio eram festividades que aos poucos foram sendo aperfeiçoadas chegando a seu atual estágio. 

Não é uma invenção grega, espalhada pelo resto do mundo. Antes mesmo do florescimento do teatro grego, a civilização egípcia tinha no teatro uma das expressões de sua cultura. Eram representações de origem religiosa, destinadas a exaltar as principais divindades, principalmente Osíris e Isis

O teatro é principalmente fenômeno social e, como tal, sujeito às leis e dialética históricas. Por isso, não existe teatro em sentido absoluto, com normas permanentes, mas vários teatros, muito diferentes, de diversas épocas e nações, quanto mais remotos, tanto menos operantes em períodos seguintes. 

O teatro chinês, riquíssimo, só existe para o ocidente como parábola exótica, influindo ocasionalmente (Voltaire, Brecht ) no teatro de hoje. Do teatro indiano em sânscrito, de alto valor literário, os teatros ocidentais só representam ocasionalmente a peça SAKUNTALA, de Kalidasa (sec. V), em versões modernizadas. Só o teatro grego influiu poderosamente no atual, graças a interpretações variadas ou, não raro, arbitrárias dos textos sobreviventes. 

Foi no Egito que o Teatro teve seu florescimento graças à genialidade dos dramaturgos gregos. Ésquilo, Sófocles e Eurípides. Para o mundo ocidental a Grécia é considerada o berço do teatro, ainda que a procedência seja o Egito. 

O Teatro grego teve grande impulso quando um autor e ator chamado Téspis, começou a percorrer as cidades com uma carroça que fazia o papel de um palco. Foi o primeiro a romper com as tradições da declamação dos coros, apresentando papéis destacados, como o protagonista. 

Que mistério preside a transformação de um ser humano em outro ser – homem, animal ou deus? Para Aristóteles (384 a 322 AC) a mimese (arte de imitar), é uma prerrogativa natural do homem. Ele conhece o mundo, expressa-se, convive com a natureza e os outros homens, ama e odeia, através do gesto instintivo da imitação. Portanto, não há um momento determinado na história ou na psicologia humanas em que se possa precisar o surgimento do fenômeno da mimese: ela nasce com a humanidade. 

A CATARSE, no entanto, que representa o fenômeno purificação das almas através da descarga emocional provocada pelo drama, nasce da inspiração que vem do palco. Para Aristóteles, a catarse é muito importante porque, “ao inspirar, por meio da ficção, certas emoções penosas ou malsãs, especialmente a piedade e o terror, ela nos liberta dessas mesmas emoções.” 

Sob o olhar arrebatado do povo, Téspis tornava-se a imagem viva da paixão. Um guerreiro, um deus, um representante dos desejos dos cidadãos, um profeta, um impostor. E todos participavam. Concordando ou discordando. Cantando com o côro. Aplaudindo ou atirando pedras. Não há ato no teatro sem público. 

“O ator é considerado hoje, como o intérprete de um texto, numa cena ou numa tela. Essa concepção nos parece como sendo de intuição imediata mas, ao contrário, corresponde a uma maneira bem determinada de entender a realidade da arte. É um resultado de um processo milenar através do qual a função do ator primeiro se identificou e, depois, cada vez mais rigorosamente, se definiu no vasto mundo do espetáculo.” G. Calendoli

Fonte:
https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2021/02/LGG034-sugestao-de-aulas-para-a-eletiva-de-teatro.pdf

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